
11 Casas de Campo...
....Os projectos de Casas de Campo configuradas no Turismo em Espaço Rural tiveram como ponto de partida o interesse da Fundação Odemira na recuperação do Património existente. Melhor ainda, na recuperação da memória desse património que não é tão longínquo assim, mas cuja falta de intervenção levaria por certo à ruína.
... As escolas primárias (dos Centenários) obedecem a um plano bem traçado – o Norte e o Sul, cada um com a sua tipologia. (Arquitecto Rogério de Azevedo autor dos modelos dos edifícios escolares dos anos 30, que unificaram a imagem das escolas por todo o país). Ainda muita criança as frequenta e outras há que se lembram. Não se intervém apenas por uma questão afectiva saudosista e de lamechice, mas antes porque qualquer Património digno desta palavra tem a ver com a memória, e intrínseco a esta, um afecto e identidade da nossa cultura. Por isso, de certa maneira envolver as pessoas (a população) no reconhecimento dessa recuperação será importante...
... num interesse crescente pela paisagem, arquitectura e património o conhecimento pelo habitat no sentido lato é fundamental, mais até que os desvarios de festas a qualquer preço. No fundo do que falamos é do conhecimento. Esta Fundação pretende e bem, minorar a artificialidade dos lugares e sugerir os passeios a pé, a identificação do espaço rural, a observação ou audição dos pássaros, e fauna e flora selvagem ou residente.Ensina-se a ler a paisagem...
... De facto a ideia que propus e foi aceite pela Fundação Odemira, foi a temática das Escolas Primárias. Cada Casa de Campo( astrologia,astronomia/cinema/multiculturalismo/gastronomia/botânica/artes plásticas etc) tem um tema. Esse tema influência a construção na arquitectura de interiores, decoração e tertúlias. A visitação de vários utentes a escolas diferentes induz uma dinâmica na futura ocupação. (...no sentido de permanecer trocando de edifício , o mesmo é dizer trocar de tema). Os passeios e as conversas também determinam conhecimentos entre pessoas e assim sendo pelo interesse do conhecimento é criado um contacto de utentes sensível á cultura dum espaço rural, duma identificação. Assim, tanto a temática pode influir na grade da entrada da Escola, como num varandim, como nos frescos do corredor ou na entrada. Não a condicionar demais mas antes submetê-la duma forma subtil e ténue. Esta atitude põe sem dúvida serralheiros, carpinteiros estucadores, pintores etc, a rever o conhecimento ancestral das técnicas de bem construir; Por exemplo, num fresco (ou se quiserem na pintura mural), que é mais um revestimento integrante da arquitectura, onde o estuque tradicional a cal ou a cal e gesso, a sua carbonatação, a técnica de execução da “puntata”, da sinópia e da jornata revêem o conhecimento milenar e centenário da nossa pintura cujo apogeu teve lugar no séc. XV, XVI....
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Alexandre Ereira Bastos






























