segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Taipa

A Taipa é um modo de construção em terra, praticada em diversas regiões do mundo. Desde os países frios aos países quentes, do hemisfério Norte ao Sul.
Em Portugal a Taipa tem uma longa história. Sem certeza como começou, não há dúvida que a sua notoriedade máxima foi atingida com a civilização islâmica. Ainda hoje é visível em vários lugares de Portugal: desde pequenas habitações a grandes fortificações, sobretudo almoadas.
Até há 40 anos era ainda bastante difundida, nas habitações e assentos agrícolas do meio rural. Foi caíndo em desuso pelos anos 60, com a industrialização dos novos materiais e simultaneamente foram criadas conotações sociais - a pobreza.
O processo foi no entanto retomado nos anos 90, no concelho de Odemira, e cada vez mais implementado, difundido e procurado com sucesso.
No fundo, dois taipais, um frontal, agulhas, covados e costaneiros bastam para que se produza um bloco de parede de terra com 1,8 a 2.0 x 0,5x0,5 metros, batida pelo maço ou malho. A construção avança horizontalmente, cumprindo a estereotomia do travamento da alvenaria.
A terra tem de ser plástica, isto é, consistente na coesão pela argila.
Tornam-se assim paredes de mais alta qualidade sob o ponto de vista térmico, acústico, económico, sísmico e de rapidez processual.
Sem dúvida ecológico, sem materiais estranhos à Natureza, a obra avança a um ritmo ideal. Pode por fim ser rebocada à base de cal apagada ou simplesmente ficar à vista.
Sob o aspecto arquitectónico lança novos desafios, e ao contrário do que se possa pensar, não é redutor, pelo contrário.
Plasticamente é um sucesso, tais são as possibilidades de matéria e da matiére de que falamos.


A.Bastos

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